terça-feira, abril 24, 2007

(Selvagens) Homem de Olhos Tristes de Händl Klaus no Teatro Aberto


Seremos todos selvagens? É a questão que se coloca numa história que fala de um médico em regresso de uma missão e que marca também o retorno de João Perry aos palcos. Para ver a partir de 25 de Abril, no Teatro Aberto, em Lisboa.
Obrigado a sair do comboio numa cidade quase fantasma, um médico fica com uma estranha família que encontra. Pronto para o fim da vida ou para o início de uma nova etapa?Após seis anos fora dos palcos, João Perry regressa ao teatro onde representou a sua última peça para convidar os espectadores a reflectirem sobre a solidão e o individualismo da sociedade actual.
(Selvagens) Homem de Olhos Tristes
Autor Händl Klaus
Encenação João Lourenço
Elenco Francisco Pestana, Gracinda Nave, João Perry, Jorge Corrula e Paulo Oom
Dramaturgia Vera San Payo de Lemos
Cenografia João Mendes Ribeiro
Figurino Maria Gonzaga
Coreografia Carlos Prado
Desenho de luz Anaísa Guerreiro e Melim Teixeira
Desenho de som Jan Ferreira
Classificação M/12

Férias grandes com Salazar no Teatro da Politécnica

Nos últimos dias da vida de António de Oliveira Salazar, vamos encontrar o velho ditador a lutar furiosamente contra a decadência física e intelectual, obrigado a confrontar-se com os fantasmas do passado. Maria, a governanta que dele cuidou a vida inteira, exige-lhe agora aquilo a que se sente com direito: o casamento. Nesse pedido é fortemente apoiada pelo próprio cardeal Cerejeira, que quer que o Presidente do Conselho – e seu amigo de longa data – morra em paz com Deus…Entretanto, outras duas visitas se insinuam: o primeiro amor de Salazar, a professora Felismina, que lhe aparece nua em sonhos, e o fantasma de Humberto Delgado, que lhe anunciará que o seu fim está próximo.Temendo conspirações de bastidores, Salazar desconfia que muitos, nomeadamente Marcello Caetano, esperam a sua morte para poderem, finalmente, chegar ao poder. No entanto, mantém, até ao fim, a doce ilusão de que ainda governa o país.

24 de Abr a 13 de Mai 20073ª a SÁB. 21H30 SÁB. e DOM. 16H00 Para reservar bilhete - 21 395 52 09 (Teatro da Politécnica) a partir das 20h30

encenação e cenografia JOSÉ CARRETAS
música original FERNANDO MOTA
figurinos MAITE ÁLVAREZ
com EVELINA MARQUESCOMFRANCISCO BRÁS, ANA MARGARIDA CARVALHO, ELISA NEVES FERREIRA, EVA FERNANDES, CÂNDIDO FERREIRA, PEDRO FIUZA, CÁNDIDO GÓMEZ, FILOMENA GIGANTE, CARLOS MARQUES, JOÃO MIGUEL MELO, MIGUEL TELMO, RINI LUYKS (MÚSICO)

HAMELIN de Juan Mayorga pelos Artistas Unidos

Um texto simples, complexo, em que a culpa oscila.
O texto está editado nos Livrinhos de Teatro nº 20 A tradução teve o apoio do ATELIER EUROPÉEN DE LA TRADUCTION/SCÈNE NATIONAL D’ORLÉANS com o apoio da UNIÃO EUROPEIA Comissão de Educação e Cultura – programa Cultura 2000.
Às vezes ouvimos um som aos nossos pés, ou entre as sombras, e temos medo que os ratos já aqui estejam, entre nós. Agora que éramos tão felizes. Às vezes ouvimos nas nossas costas o som daquela flauta e dá-nos medo de nos voltarmos e reconhecermos os olhos do flautista. E corremos para os quartos dos nossos filhos para ver se ainda ali estão. Às vezes tememos que o “Era uma vez” nos alcance como uma língua negra. E que, como uma profecia, cumpra o conto em nós. Nas versões mais antigas do conto, as crianças nunca voltam a Hamelin. O flautista leva-os para sempre com a formosa música da sua flauta. Arrebatando os filhos inocentes, o flautista outorga à culpa dos pais o mais cruel dos castigos. Também este Hamelin é um conto sobre a culpa dos adultos e o seu castigo. Sobre as crianças de uma cidade que não sabe protegê-los. Sobre um menino e os seus inimigos. Sobre o ruído que o rodeia e o medo que nos olha. Juan Mayorga
Hamelin fala do mesmo que o conto: de ratos, de homens rato. A cidade encheu-se de ratos; a perversão está na base da pirâmide: as crianças, a pedofilia. Hamelin fala-nos da perversão, da perversão da educação, da perversão sexual, da perversão das palavras. Unidade familiar significa família para uma criança que não sabe o que isso é? E se a tolerância é zero, quererá isso, para um juiz moderno e democrata, dizer repressão? Hamelin também é, claro, um jogo teatral perverso onde uma personagem-comentador, em contínuo contacto com o público, nos muda o ponto de vista ou nos esclarece acerca de um conceito ou nos comove a adpotar uma postura crítica ou simplesmente senta-se ao nosso lado e olha-nos para ver como olhamos. E é disso que se trata, de olhar. De olharmos.


HAMELIN de Juan Mayorga
Tradução de António Gonçalves
Com Américo Silva, Andreia Bento, António Filipe, João Meireles, Paulo Pinto, Pedro Carraca e Sylvie Rocha
Cenário e figurinos de Rita Lopes Alves
Luz de Pedro Domingos
Direcção e produção de António Simão e João Miguel Rodrigues

Assistência Ana Lázaro,
M/16


No Convento das Mónicas a partir de 12 de Abril
www.artistasunidos.pt